segunda-feira, 18 de abril de 2011

Palavras

Gestos, simples atos, que magoam, fazem chorar, insistem em nos decepcionar.
 Coisa que muita gente nem percebe, uns deixam passar, mas  que insistem em nos machucar.
 Cada dia, a cada instante, a cada momento.
 Às vezes é preciso se afastar, fugir, mudar o rumo das coisas, mas não temos pra onde ir, nenhum lugar pra onde correr, nenhum refúgio pra nos esconder, nenhum canto escuro e seguro que possa guardar segredo sobre nossos medos  e decepções, algum lugar onde possamos chorar sem nos preocupar, sem ter que nos explicar.
 Uma  palavra atravessada faz mal, magoa, dá vontade de fazer com que mostremos nosso lado mais rebelde, tudo aquilo que possa nos ajudar a extravasar. Não é raiva, apenas necessidade de jogar pra fora tudo aquilo que insiste em se manter ali entalado, engasgado,  aquilo que às vezes passa, mas sempre volta.
 Sempre volta trazendo a tristeza do momento e de momentos passados mal resolvidos, que foram se acumulando de tal forma que acabou virando uma bola de neve, bola de neve que nos leva cada vez mais pra baixo, e não adianta nossa vontade e persistência de tentar levantar, cada vez que  ela resolve sair nos derrubando ela vem mais forte, mais violenta, nos deixando sem forças pra continuar a tentar.
 E dá vontadede gritar, de fazer sei lá o que, mas os princípios, a mania de não colocar tudo pra fora sempre fala mais  alto, e o sufoco continua, piora, pra mais tarde voltar a atormentar.

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